Era meio da semana. Estava eu dirigindo, quando toca uma música dos Engenheiros do Hawaii- uma de minhas bandas prediletas- quando me deparo com uma certa inquietação diante da pergunta do refrão: "O que faz as pessoas parecerem tao iguais? O que fazem as pessoas para serem tão iguais?".
Refletindo sobre essa pergunta descobri o porquê dessa tal inquietação. Fiz uma auto-análise acompanhado de uma auto-crítica- devo fazer isso mais seguido. Nessa análise reparei o quanto mudei, o quanto me modifiquei e permitir ser modificado. E é com simplicidade que digo que mudei para melhor. Tenho procurado aprender, viver as coisas com intensidade, procurado ver as coisas com outros olhos, além do que elas aparentam ser . Juntamente com isso, certos valores que eu tinha como inabaláveis, vêm sendo balançados e isso tudo força a uma maturidade.
Explico o que essa análise tem a ver com tal inquietação: percebi que por muito tempo me contentei em ser apenas igual aos outros. E mais, acreditei que era bom ser igual. Com essa mudança, lenta e permanente, descobri o gosto de não ser igual. A igualdade pressupões a anulação da individualidade e isso não pode ser tolerável. Advindo dessa minha descoberta, cometi um erro , talvez tão comum quanto o da aceitação da igualdade: procurei ser diferente dos outros, custe o que custar.
Hoje penso diferente. Enquanto essa pergunta ,que deu origem a essa escrita e ao seu título, lateja em minha cabeça, busco uma meta menos pretensiosa e mais difícil: nem ser igual nem diferente, apenas- e esse apenas não induz pouca coisa- me descobrir e ser eu mesmo!